Ao ver o entusiasmo com que os meus colegas aderem a ferramentas como o ChatGPT e o MagicSchool para automatizar o seu trabalho, fico a sentir-me convencido e arrogante, por achar que ainda consigo planificar aulas, avaliar alunos ou desenvolver atividades sem ter de perguntar à IA.
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@arturcoelho espero bem que não estejam a usar para corrigir coisas, cada vez percebo menos as pessoas
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@catarinac Destranquiliza-te: estão. Mas nem estão a fazer a coisa mal, tenho uma colega de português que usa as capacidades do gpt para decifrar a letra manuscrita dos alunos. Algo que faz sentido.
O problema é quando se perde a noção das coisas. "Quem nunca quis conversar com Camões", ouvi ontem numa partilha de práticas. O projecto era chatbots a imitar figuras históricas para os miúdos interagirem. Por si só, boa ideia, mas há que sublinhar que estamos a trabalhar com simulacros.
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@arturcoelho GDPR? eu sei em portugal ninguem aplica leis, mas tenho quase a certeza que nõa se pode fazer, pelo menos sem autorização dos donos dos trabalhos, e a responsabilidade pode ser da escola. é melhor alguém confirmar, eu tenho ordens para nunca o fazer
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@catarinac eu nas minhas peças entregues em tribunal tenho um parágrafo a dizer que não autorizo o tratamento das mesmas por IA/LLM, e que faço questão de exercer os meus direitos enquanto autor contra quem os violar, nomeadamente com essa finalidade. Os miúdos têm de começar a fazer o mesmo... Estão a imaginar uma base de dados com a letra do aluno? É que eu, que punha o meu nome completo e número de aluno no topo dos trabalhos, testes e exercícios porque os professores me pediam, tenho noção que uma tecnológica qualquer passa a poder criar uma base de dados que liga as duas coisas num só sítio... nem falo de a IA/LLM se alimentar com o conteúdo do trabalho para depois o poder vender ou "vomitar" a terceiros...
insistir @arturcoelho
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@jt_rebelo @catarinac @arturcoelho isso soa a encantamento mágico, tenho muitas dúvidas do valor legal disso.
É preciso não esquecer que a Lei já prevê a possibilidade de mineração e de texto e dados para fins de investigação, sem necessidade autorização.
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@jt_rebelo @catarinac @arturcoelho além de isso não me parecer um procedimento que seja legalmente reconhecido em tribunal como o procedimento legal próprio para esse fim. O Direito de Autor, funciona pela negação a outros de direitos que sejam exclusivos do autor, como o de escolher o fim para o qual as obras são usadas, pelo que me parece também redundante.
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@DiogoConstantino não sou o único (incluindo escritórios que só fazem PI e Direitos de Autor, foi com quem aprendi) e estou precisamente a recusar fins diferentes da prática de um acto jurídico concreto, que é a apresentação de uma peça processual. Os tribunais estarão a usar (de acordo com o Ministério da Justiça) IA/LLM para analisar peças processuais e "facilitar o trabalho dos juízes", mas fazem-no através do software de uma empresa privada que sabe-se lá o que fará com os dados todos a que tem acesso (nem falo no respeito, ou não, pelo RGPD).
@catarinac @arturcoelho
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